MANGÁS E ANIMES LÉSBICOS
Por conta das pesquisas para escrever sobre o filme LOVE MY LIFE no site, acabei descobrindo um bando de coisas YURI por aí. O termo é utilizado para descrever desenhos japoneses com temas lésbicos, podendo incluir tanto os mangás (histórias em quadrinhos) quanto os animes (filmes e séries de animação).
O termo YURI às vezes aparece como sinônimo de SHOUJO-AI, mas os especialistas no assunto preferem reservar o termo Yuri para os desenhos cujas histórias abordam as relações lésbicas de modo mais explícito, enquanto o termo Shoujo-ai fica aplicado àquelas histórias de cunho mais romântico e idealizado entre meninas que, boa parte das vezes, nunca chegam a se definir como um relação de fato.
Desenhos japoneses têm uma incrível legião de admiradores e uma extensa produção que se subdivide em várias categorias, que contemplam os mais variados gostos. Sobre o filão YURI / SHOUJO-AI, alguns dos mangás e/ou animes mais comentados por aí são:
- STRAWBERRY PANIC! (2006), de Sakurako Kimino
- SIMOUN (2006), de Junji Nishimura
- REVOLUTIONARY GIRL UTENA (1996), de Chiho Saito
- MARIA-SAMA GA MITERU (2004), de Oyuki Konno
- FREE SOUL (2004), de Ebine Yamaji (de LOVE MY LIFE)
- SAILOR MOON (1992), de Naoko Takeuchi
- RICA 'TTE KANJI!? (2004), de Rica Takashima
- RAGNAROK CITY (2001), de Satoshi Urushihara
- ROSE DE VERSAILLES (1972), de Ryoko Ikeda
- SHIROI HEYA (1971), de Ryoko Yamagishi
O mais próximo que tinha chegado até então desta produção tinha sido por meio de um anime que passava por aqui nos anos 70, chamado A princesa e o cavaleiro. A história atraiu minha atenção, contando a saga da princesa Safiri que, por conta da trapalhada de um anjo, nasceu com dois corações, um de menino e outro de menina.
Nos tempos em que eu via o desenho, não sabia bem como organizar minha percepção, mas me fascinava bastante aquele negócio de menina que fazia papel de menino e que ainda atraía a atenção de outra garota. Realmente, eu acompanhei a série com um interesse pra lá de especial e nunca, mas nunca mesmo, fixei o detalhe de que, no final da história, Safiri acabava ficando com um príncipe caretão (porém com os dois corações). Hoje reconhecido como um clássico, este desenho era originalmente um mangá criado por Osamu Tezuka em 1954, tendo sido transformado em anime em 1967. Foi um marco na criação de desenhos voltados para o público feminino, chamados shoujo. O shoujo-ai é uma espécie de variante desta produção.
Li alguns textos que afirmaram que a história de Safiri nada tinha a ver com metáforas de bissexualidade, estando mais no contexto de personagens que assumem identidades masculinas para ganhar espaço em uma sociedade machista. Personagens femininas que subvertem gêneros também aparecem nas histórias de Rose de Versailles e Revolutionary Girl Utena.
Lendo críticas e fóruns mundo virtual afora, vi que o público é bastante grande para este tipo de produção, mas há quem ache que boa parte dela é exploração de conteúdo lésbico (às vezes limitando-se a meras insinuações) para leitores que nada têm a ver com o lance, principalmente pela sucessão de personagens jovens e bonitinhas que ainda estão na escola. Para tirar minha prova dos nove, assisti à saga completa de STRAWBERRY PANIC!, um anime yuri que comentarei no próximo post.
PARA SABER MAIS:
http://www.animescenter.com/
http://www.afterellen.com/archive/ellen/Print/2005/8/yuri.html
http://www.shoujohouse.clubedohost.com/Shoujo/ribon.html
http://www.shoujo-cafe.blogspot.com/
http://ahyuri.org/
www.yuricon.org/