terça-feira, 25 de dezembro de 2007

VEM POR AÍ

Um filme nacional que tem duas mulheres formando o par amoroso central. O filme chama-se “Como esquecer” e é uma adaptação do premiado livro de Myriam Campello, “Como esquecer: anotações quase inglesas”. A história acompanha a trajetória de Júlia, professora de literatura inglesa, após o término de uma longa e intensa relação amorosa com Antônia, que a abandona.

O filme terá direção de Malu De Martino e produção de Elisa Tolomelli. A dupla já fez dobradinha no filme “Mulheres do Brasil” (2006). Malu De Martino fez também os curtas “Ismael e Adalgisa” (2001) e “Sexualidades” (2003), ambos disponíveis no site portacurtas (www.portacurtas.com.br).

De acordo com o site da produtora EHFILMES, o elenco previsto conta com Andrea Beltrão no papel da protagonista Júlia, além de Murilo Rosa, Caio Blat e Irene Ravache. O filme tem lançamento previsto para junho de 2008.

Saiba mais no site: http://www.ehfilmes.com.br/projetos/




domingo, 16 de dezembro de 2007

LANÇAMENTOS INTERESSANTES DE 2007 – Parte 3
Já que então é natal...

MINHA MÃE GOSTA DE MULHERES (DVD)

Minha Mãe Gosta de Mulheres
A Mi Madre le Gustan las Mujeres
País: Espanha (2002)
Color - 96 minutos
Direção e roteiro: Daniela Fejerman e Inés París
Distribuição: Europa Filmes

A Europa filmes lançou na encolha (e bem atrasadinho) o DVD “Minha mãe gosta de mulher”, filme das diretoras Daniela Fejerman e Inés París, que escolheram um tom cômico para abordar um assunto pouco explorado nos filmes lés: ser mãe e homossexual. A pianista Sofia tem três filhas e apaixona-se por Eliska, que é imigrante e muito mais nova que ela. As meninas não gostam nem um pouco da idéia e reúnem forças para azedar o relacionamento da mãe. “Guerreira” típica, Sofia vai à luta para afirmar seu amor por Eliska. A história é bem leve, apesar do drama atravessado pelas personagens, e resulta em um ótimo filme para assistir com a mãe ou com os filhos. Pode passar na sessão da tarde sem traumas para a família.

LANÇAMENTOS INTERESSANTES DE 2007 – Parte 2
Já que então é natal...

ESTRANHOS NO PARAÍSO: Tempos de colégio (HQ)

ESTRANHOS NO PARAÍSO: tempos de colégio
Autor: Terry Moore
HQM Editora
Preço médio: 24,90
Formato: 16,5x24cm
92 páginas

A HQM editora encarregou-se de lançar “Tempos de colégio”, da série “Estranhos no paraiso”, que tem uma lésbica como uma das personagens centrais. Katchoo é apaixonada por Francine, mas esta é uma daquelas meninas ambíguas e confusas, adorável e, ao mesmo tempo, insuportável, que quase todo mundo já conheceu na vida. A história desta HQ mostra como Katchoo e Francine se conheceram no segundo grau e é um ótimo ponto de partida para quem não leu ainda a série, que já foi agraciada com o prêmio Eisner de quadrinhos. A edição traz ainda uma historinha adicional, na qual Francine e Katchoo fazem uma paródia muito engraçada da série Xena: a princesa guerreira.

Saiba mais sobre a série em: http://www.strangersinparadise.com

LANÇAMENTOS INTERESSANTES DE 2007 - Parte 1
Já que então é natal...


FUN HOME: uma tragicomédia em família (HQ)

FUN HOME
Alison Bechdel
Conrad Editora
Preço médio: R$ 42,90
Formato: 16 x 23 cm (240 páginas)

A Conrad Editora lançou a HQ Fun Home, da escritora americana ALISON BECHDEL. Alison é autora da tira “Dykes to watch out for”, bastante conhecida e apreciada entre as meninas. Desta vez, mesmo escrevendo a partir de sua aldeia, a escritora produziu uma pequena jóia de interesse universal, que lhe valeu o prêmio Eisner dos quadrinhos, louvores da crítica e atenção de um público mais amplo.


A história gira em torno das lembranças de sua infância e adolescência, concentrando-se em sua relação familiar, em especial na figura do pai, complexa e misteriosa, cujo significado em sua vida não chega a se amarrar completamente. No centro de um grande nó estão a descoberta de sua homossexualidade e a homossexualidade não-assumida do pai, que morre em circunstâncias estranhas.


Alison é a própria narradora da história, mas este recurso tradicional é utilizado com originalidade. A narrativa não é linear, como se acompanhasse os fluxos aleatórios de lembrança. O vai-e-volta no tempo não tem rumo certo, as lembranças são repassadas, adquirem novos significados, e assim a história vai ficando bem interessante. Alison ora tenta encadear os eventos, ora apenas registra pipocos de memória. O tempo é proustiano (grande referência da história), redescoberto e nunca apenas resgatado. Ou, como disseram os gregos (outra gande referência), “não é possível banhar-se duas vezes no mesmo rio”. Quem lembra de um conto, aumenta um ponto. E alison o fez de modo muito inspirado, com toda sua vocação artística. Sorte dos leitores.







sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

"...POIS TUDO RAIA"

Meu reencontro com Marina Lima aconteceu em um desses passeios por lojas de discos, quando vi o “Todas ao vivo” dando sopa na prateleira de CD’s. “Há quanto tempo”, saudei em silêncio, pensando no meu vinil já aposentado – mas que quase virou pó, de tanto que andei com ele pra cima e pra baixo nos anos 80.

Eu pisei no Canecão/RJ em 1986 para ver o show deste disco e fui brindada com uma apresentação sem igual, habitante definitiva da minha memória afetiva. Eu não pude entender naquele momento o que acontecia, mas ela fazia um movimento dentro da MPB em uma direção singular e arriscada, que foi emocionante testemunhar. Não havia nada parecido no cenário da MPB, nada que combinasse música e atitude da forma como ela o fez. Por isso ela se tornou tão especial para mim naquele momento.

Vinte anos remaram, eu fui ouvir um monte de outras coisas, ela lançou outros discos, recolheu-se por um tempo e voltou à cena recentemente. Fui matar saudades, no maior tom de nostalgia, com um show que rolou em um lugar muito bacana aqui no Rio, o Parque dos Patins, na Lagoa.

E como gostei do que vi. A nostalgia cedeu, música a música, ao prazer do estranhamento com as novas canções e, especialmente, com as novas leituras de hits das antigas, bebendo nas fontes dos sons eletrônicos. Este tom lhe cai tão bem que, suspeito, nunca lhe foi totalmente estranho. “$ Cara”, por exemplo, parece ter sido escrita para esta roupagem.

Elos entre MPB e música eletrônica já andam sendo feito por aí há bastante tempo, é verdade, mas a riqueza da música brasileira e as possibilidades de criação abertas por esta sonoridade podem dar em algo bem diferente. Foi o que imaginei, ao vê-la experimentando e se arriscando de novo, tentando deixar mais uma vez o conforto da condição de cantora de MPB e, mais importante ainda, evitando viver do passado. Aliás, nem posso dizer que “revi” o passado neste show. Ouvindo “Nervos de aço”, sob o céu da Lagoa, mas como se estivesse em Bristol, só pensei no que poderia estar por vir. Sorri, pressentindo a emoção do risco. Que assim seja, ...


Por CASTELLA, novembro/07.

sábado, 24 de novembro de 2007

BEM-ME-QUER-MAL-ME-QUER


Invente uma porta

Chame um táxi

Ou vá rolando

Só volte se ouvir

Eu discursar em desatino

(e com a boca toda torta)


Só pra garantir,

Tome a escova de dentes

E leve os filmes do Fellini

Não se preocupe, a gente se vê

Quem sabe no Fla-Flu

(Em frente à estátua do Bellini)


Se me descontar a mesquinhez

Eu posso te dar um conselho

Se doer

Funciona, eu garanto

feche os olhos e cante

(“O sol há de brilhar mais uma vez...”)


Mas se apresse, ande, se adiante

Antes que a imagem me alcance

Você, linda, rodopia

Se entregando a braços outros

Desconjuro!

(É pior que endoscopia)


Por Zelig, Novembro 2007.


terça-feira, 20 de novembro de 2007

FESTIVAL MIX BRASIL


Em Novembro começa o 15 Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, que ocorre em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília.

É a chance de ver filmes que dificilmente entrarão em circuito ou serão lançados em vídeo por aqui. A programação está excelente, principalmente para quem está em Sampa. O Rio de Janeiro, uma pena, ficou de fora da exibição de um monte de filmes importantes e legais, especialmente aqueles que abordam a vida das garotas perigosas. Alguns deles, garimpados da programação oficial, estão listados abaixo, fique de olho:


LONGAS:


-
2 em 1 / Risk, Stretch, or Die
(Saskia Heyden, 2007, Alemanha, 60’)

- Abrigo / Riparo
(Marco Simon Puccioni, 2007, França/Itália, 98’)

- Cantiga do Tic-Tac, A / Tick Tock Lullaby
(Lisa Gornick, 2006, Reino Unido, 73’)

- Friends do Babado / Lez Be Friends
(Glenn Gaylord, 2007, EUA, 70’)

- Fucking Different New York
(Coletivo, 2007, Alemanha, 70’)

- Incrível História do Cinema Gay / Schau Mir In Die Augen, Kleiner
(André Schäfer, 2007, Alemanha, 90’)

- Jihad para o Amor / A Jihad For Love
(Parvez Sharma, 2007, EUA, 81’)

- Lírios D´Água / Naissance des Pieuvres / Water Lillies
(Céline Sciamma, 2007, França, 85’)

- Mundo Maravilhoso das Drags / Drag: not just men in heels
(Amir Jaffer, 2007, EUA, 85’)

- Na Alegria e na Tristeza / Through Thick and Thin
(Sebastian Cordoba, 2007, EUA, 76’)

- A Turminha das Sapinhas de Tetinhas Pequeninas / Itty Bitty Titty Committee
(Jamie Babbit, 2007, EUA, 86’)

- Spider Lillies / Ci-Qing
(Zero Chou, 2007, Taiwan, 94’)

- XXY
(Lucía Puenzo, 2007, Argentina, 86’)

Abrigo, Cantiga do Tic-Toc, Incrível história do cinema gay, Lírios D'água, Jihad de amor e XXY, que passaram no Festival do Rio, estão resenhados nos arquivos de Outubro e Setembro deste blog.


MOSTRA CURTAS MIX BRASIL:

  • Meu Mundo é Esse (7 CURTAS)
  • O Mapa das Minas (4 CURTAS)
  • Pussy Galore (7 CURTAS)

Informações completas em: http://www.mixbrasil.org.br/index.shtml
No Rio de Janeiro, o Festival ocorre de 29 de Novembro a 06 de Dezembro.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007


NADA COMO SOBREVIVER

Estrela por 30 anos. Rainha dos olhos pretos. Siouxsie Sioux está na praça, com Mantaray, fazendo mais uma vez a diferença. Desde o final dos anos 70 dando o seu recado ao lado dos Banshees, manda, e muito bem, o primeiro solo de sua carreira. Amantes do punk, do gótico e do cabaré agradecem.

Balada bacana do disco (mas segure os pulsos): If doesn’t kill you ("aquilo que não te mata/acaba te sacudindo").

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

TIPOLOGIAS

Foi um dia de choro, mágoas e, ainda por cima, estou com a porra da vagina doída.

Eu nem imaginava que ia ser essa dureza toda o dia de hoje. Apesar de que, na semana passada, quando marquei a consulta com o ginecologista, desisti na sala de espera, porque o médico estava muito atrasado. Aquela coisa de direitos do consumidor e tal.

Desta vez aguardei, apesar da demora. Junto com a consulta médica, ganhei uma inesperada sessão de terapia. O doutor é um sujeito simpaticão, gente boa mesmo e acredita sinceramente que é cheio de habilidades com o lado humano. Fácil, fácil reconhecer as técnicas que parecem ter saído de uma péssima leitura de livros de psicanálise. Jogou uns dois ou três papos para “descontrair” enquanto fazia minha ficha, elogiou quando eu respondi que era professora de sociologia e arrematou o assunto com uma série de auto-elogios sobre ser um médico muito “sensível”. Também mandei umas duas ou três letras tentando sugerir que estava consciente da necessidade do exame e que eu não me sentia ameçada por ele. Mas não adiantou. Acho que ele já está ligado no automático há muito tempo e repete as mesmas tiradas com todas as mulheres. Quer dizer, ao menos com as mulheres lésbicas.

Ele não perguntou nada sobre minha vida sexual e eu achei estranho. Mas deixei quieto. E fomos para a posição constrangedora. Eu tenho vaginismo, de modo que aquela merda de “coleta de material” para o preventivo dói para cacete. E desta vez, doeu de verdade, muito além de qualquer frescura. Eu chorei, fazer o que? Sou molenga para enfrentar dores físicas, acho qualquer topada uma descida ao inferno. Mas eu não poderia ter escolhido expressão mais infeliz para essa minha fragilidade, porque a tática de consolo do doutor foi um desastre. De nada adiantou eu dizer que não foi nada e além do mais já tinha passado! Fora aberto o almanaque de terapia breve quase instantânea do sujeito.

Primeiro veio aquela história de “eu sei o quanto é difícil para você”. Disse que eu tinha tido uma ou duas experiências traumáticas com penetração e depois perguntou se podia “falar abertamente” sobre homossexualidade. Como assim, meu caro? Que tipo de paciente esse sujeito deve estar atendendo ultimamente para formar esta idéia das lésbicas?

Eu disse que não havia problema nenhum em falar sobre o assunto e que tinha achado estranho ele não ter perguntado. “Eu já sabia”, ele disse. Ah, sim, saquei. Seu magnífico livro dos estereótipos não falha na detecção de uma lésbica... Que, como todas as outras, é cheia de problemas com homens, foi abusada pelo vovô na infância e nutre verdadeiro pavor de se assumir para qualquer pessoa.

Falou de um “problema muito comum entre vocês”, que é ser vista como o homem da relação, daí a dificuldade com o lance da penetração. Não, senhor, eu respondi, pra mim não é difícil alternar papéis sexuais, eu gosto das mãos da mulheres e também gosto de penetrá-las, se é que eu posso “falar abertamente” com o senhor. Não sei se vou ganhar alguma notinha de rodapé no grande livro de estereótipos do doutor, já que ele deu por encerrado o assunto. Marcou os exames e pediu para eu voltar dentro de um mês. Deixa estar, até lá eu preparo meu discurso.

Para terminar em grande estilo a comédia de erros, o doutor olhou para os dois traços que tenho no rosto, aqueles dois sulcos que algumas pessoas têm em torno da boca, e disse que poderia tirá-los “em 15 minutos” e que também fazia um tipo de intervenção que diminuía os pequenos lábios, uma coisa bem rápida. Doutor, o Sr. não imagina o quanto é uma pessoa sensível! Um verdadeiro arraso...


Por Castella, em 07/11/07.




sexta-feira, 2 de novembro de 2007

NOVO

A mudança chega pouco mansa

Uma onda ronda o desejar

É melhor se acostumar

O descarte é o deleite

nesta reinância

Sem muita pergunta

Nenhum trago de cicuta

O amor sente-se por um triz

É repleto mas também é deserto

Tudo que é estranho está perto

Com outras flores construir novos ramos

Cortar a raiz

Ser visitante de todos os planos

Como se os olhos por inteiro tudo vissem

Estes olhos que nunca padecerão de velhice

Por Zelig, novembro 2007.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

PERFEIÇÃO

Desejos

Faróis

Encontros

Em cada gozo há um segredo

uma chave a demolir

trincos

torres

medos

neste beijar insistente

cadência

perfeito deleite

Por Zelig, julho de 2007.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Confissões e Táticas de Uma Tabagista Inveterada

Como vive alguém que fuma?!
Uma mulher! Como vive uma mulher que fuma???
Já TEM suas táticas de guerra.
E mesmo quando com isqueiro funcionando.
Mantenha uma caixa de fósforos, bem cheia...
Em cada local estratégico de seu Mundo.
De seus muitos mundos também, e em especial.
Uma Fumante inveterada admite que mesmo sendo
O prazer de fumar contigo, descansando em nuvens de algodão doce
Trocando idéias e alguns mais Imagéticos Inimagináveis.
(Risos)
E dizem que somos loucas.
Mesmo assim, minha doce criança
Prefiro, tu para sempre longe
Desse meu prazer inveterado, qual maldição e parte exótica
De minha confusa pessoa.
Desculpe, Jovem,
Já não somos as únicas
Que encontraram o Amor
Nós somos felizes!!!


Autoria Irresponsável de
Safo, A Poeta
em 19/07/2007 – 21:55

PS: Safo (A Poeta) e a autora do blog safonocinema não são a mesma a pessoa, embora ambas sejam dadas a autorias irresponsáveis.


sábado, 13 de outubro de 2007

PARADA DO ORGULHO GAY

A 12◦ PARADA DO ORGULHO GAY ocorre neste domingo na orla de Copacabana, tendo como bandeira principal a aprovação do projeto de lei que CRIMINALIZA A HOMOFOBIA. A concentração será no posto 6, às 13 hs e a caminhada vai até o posto 2.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

CINEMA GAY? (OLHE PARA MIM, QUERIDO )

OLHE PARA MIM, QUERIDO
ALEMANHA /
EUA / França / Holanda (2007)
Documentário - 90 minutos

Direção e roteiro: André Schäfer
DEPOIMENTOS: Guinevere Turner, John Waters, Gus Van Sant, Tilda Swinton e Stephen Frears, entre outros.

Documentário sobre a história do cinema gay e lésbico, com depoimentos de vários diretores e atores, que discutem a própria noção de “cinema gay” e o papel dos filmes que abordam esta temática na sociedade. O documentário concentra-se nos filmes produzidos a partir dos anos 70, com base na premissa de que somente desta década em diante os gays passaram a ser representados de modo mais positivo nos filmes. Gays em filmes dos anos 50 e 60 sempre morriam ou eram punidos de alguma forma terrível no final da história. Uma pena que o cinema latino também tenha ficado de fora, sem nenhuma explicação aparente, pois tratam-se de produções que não mereciam ser ignoradas.

Pelos depoimentos, percebe-se o quanto os artistas, com sempre, se sentem desconfortáveis com rótulos, rejeitando a idéia de que existe algum tipo de “queer cinema” ou “cinema gay”. As produções são diversas e todos querem ser reconhecidos pela qualidade de seu trabalho, o que é mais do que justo.

John Waters, divertidíssimo, foi o mais iconoclasta de todos os entrevistados, questionando até porque os gays querem se parecer tanto com os republicanos (casar, ter filhos, entrar para o exército...). “Ser gay não é o suficiente”, disse sobre os cineastas que investem em personagens homossexuais em seus filmes.

Stephen Frears deu um depoimento-chave no documentário. Disse que ter feito Minha adorável lavanderia, em 1986, nada teve a ver com ser ou não ser gay, mas apenas porque lhe pareceu um ótimo filme, pelo roteiro, pela idéia. Mas notou que o filme afetou muito positivamente as pessoas, quando os jovens vinham lhe agradecer por ter feito um filme em que os gays não pareciam loucos ou neuróticos.

Guinevere Turner, de O par perfeito e roteirista de alguns episódios de The L World, também lembrou o que tudo isso tem a ver com política, reconhecendo que os homossexuais ganharam alguma visibilidade na mídia nos dias de hoje, mas que isso está longe de significar que não há mais nada a fazer politicamente. Foi interessante esta observação, pois rola uma certa idéia de que, já que os gays estão “até” nas novelas, é porque eles estão no topo do mundo e o mundo já mudou tudo o que podia para aceitá-los. Guinevere também mandou uma alfinetada para os filmes lésbicos, dizendo que eles são indiscutivelmente inferiores aos filmes gays.

Gus Van Sant, que revelou ter estado envolvido na primeira tentativa de filmar O segredo de Brokeback mountain, sugeriu que parte do sucesso do filme teve relação com o fato de ter um cast careta (atores e diretor), o que facilitou sua aceitação pelo público heterossexual, que assim pôde ir tranqüilo ao cinema ver um filme gay. Bem, parece que nem tudo se resume a talento, então...

É apenas política, and I like it!


Além das questões interessantes que o filme levanta, foi bem bacana rever trechos de filmes que se tornaram marcos na história do cinema... hummm... gay. A sessão no Palacio 2, para uma tarde de quinta, teve um público bem legal.




SEDUÇÃO À FRANCESA (Ninféias)

NINFÉIAS
França (20070 - 85 minutos
Direção e roteiro: Céline Sciamma
Música original: Para One
Elenco: Pauline Acquart (Marie), Louise Blachère (Anne) Adele Haenel (Florianne)

Este filme francês narra as torturas do primeiro amor na adolescência, cheio de densidade e introspecção. Nos primeiros 20 minutos batalhei um pouquinho com minhas pestanas, mas a história engrena e você acaba capturado pela sofrida jornada de Marie, caída de encantos por Florianne, musa da equipe de nado sicronizado do clube. O filme se passa quase todo neste ambiente, tomadas na piscina, tomadas no vestiário, corpos constantemente à mostra, desejos em ebulição e quase nenhum adulto por perto.

A turma do nado sincronizado tem um simbolismo interessante no filme, já que a necessidade de se manter nos padrões parece bem forte para Floriane. Este filme tem um certo paralelo com Nunca fui santa, aquele em que a líder de torcida descobre que é lésbica. Porém em Ninféias a personagem não confronta as barreiras sociais e queima suas fichas tentando se manter sincronizada com as musas hetero do clube.

A atitude de Florianne ao longo de todo o filme é a da clássica ambigüidade sexual. Fica com o bonitão do clube, mas cultiva o quanto pode o amor de Marie, e a seduz sem nenhum pudor, oferecendo-lhe a primeira vez. Marie fica doidinha, totalmente in love e sofrendo até o fim com as oscilações da outra. Seu contraponto no filme é a amiga Anne, que dá certa graça à narrativa com seu desengonço e infantilidade, aliviando a tensão que o relacionamento de Marie e Floriane provoca. Além disso, Anne é heterossexual e, para ela, as coisas também não são muito fáceis, pois está apaixonada pelo menino que anda atrás de Florianne, mas que também corresponde um pouquinho a este interesse.

Floriane também lembra um pouco a Tamsin de Meu amor de verão, que usa a sensualidade para fazer um joguinho meio cruel com Mona. Em ambos os casos, acho que os filmes acabam mostrando que os relacionamentos homossexuais não estão livres deste tipo de relação de poder em que um dos pares domina completamente a cena, fazendo o outro de gato e sapato. De quebra confrontam o mito de que “só uma mulher pode entender a outra”. Ao vermos Mona e Marie mais perdidas do que cego em tiroteio com seus objetos de amor, nos deparamos com um “bem-vinda à raça humana”, a seus prazeres e mesquinharias.

Sweet dreams are made of this, who am I to disagree?

PS: A sessão do Festival, no Estação Barra Point, foi floridíssima...

domingo, 30 de setembro de 2007

SER OU NÃO SER... MAMÃE (TICK TOCK LULLABY)

Filme bacana, cheio de clima e bem gostoso de assistir, nem se nota o tempo passar. Diferentes casais (um casal de lésbicas e dois casais heterossexuais) na casa dos 30, refletem sobre a possibilidade de ter filhos. A história central, entretanto, é claramente a do casal Sasha e Maya, em dúvida sobre como e quem deverá ter a criança. A história das duas é um pouco difícil, pois parece que querem um filho sem recorrer aos "avanços tecnológicos", mas, ao mesmo tempo, sem ceder a parceira para que o bebê venha do modo tradicional. A questão acaba se resolvendo bem fora dos planos, provocando certo sofrimento para o casal e forçando as duas a repensar a relação.

A história é filmada com muito jeitinho, mas a proposta de diversidade de personagens acaba se perdendo um pouco. Lá pelo final da fita, os casais hetero são ligeiramente esquecidos e mostram-se dispensáveis à trama. Sasha e Maya são personagens interessantes, sua relação e seus questionamentos já dariam um filme bem legal. Sasha é cartunista e suas ilustrações são uma atração à parte no filme. Além disso, questões relativas à maternidade são ainda pouco exploradas nos filmes lésbicos. Em Tick Tock Lullaby, quando a situação das meninas vai ficando ainda mais instigante, lá vêm os créditos rolando na tela... A diretora Lisa Gornick já havia feito outro filme lés, Do I love you, de 2002.


TICK TOCK LULLABY
Inglaterra (2006) - 73 min.
DIREÇÃO E ROTEIRO: Lisa Gornick
Elenco: Raquel Cassidy (Maya), Lisa Gornick (Sasha), Joanna Bending (Fiona), Sarah Peterson (Gillian), Sam Spruel (ssteve), William Bowry (Todd)





quarta-feira, 26 de setembro de 2007

DEIXA DE DRAMA (As mulheres de Finn)

Este filme canadense trata de forma muito curiosa a vida de Finn, uma médica que assume a direção de uma clínica de aborto em Toronto, após a morte de sua mulher. Muitos são os dramas que despontam nesta história, mas nenhum deles é vivido com aquela intensidade mexicana. Finn perdeu a namorada, morta por câncer, há pouco tempo, está sendo ameaçada de morte por agressivos ativistas anti-aborto e ainda tem que se virar com as carências de Zelly, a filha de 11 anos que anda aprontando várias pelas redondezas.

Finn passa o filme todo com aquela carinha de "crise? Que crise". As ameaças que sofre nunca são mostradas com aquela tensão típica dos filmes de psicopatas americanos. Embora a médica e o suposto pai biológico de Zelly ensaiem uma disputa pela guarda da menina, não batem boca uma só vez no filme. O uso de "substâncias ilegais" também é tratado sem nenhum alarde.

A vida homossexual vai seguindo naturalmente no filme, como algo já bem digerido socialmente. Resistências e preconceitos são mostrados como votos vencidos. Finn mantém seus relacionamentos abertamente diante de Zelly, que não manifesta problema algum com isso. Sua rebeldia é doce e não destrutiva, parecendo ter relação com os descuidos de atenção por parte de Finn. Como se revela no final do filme, a condição de Zelly é bem mais avançada do que a de ter uma mãe lésbica (Finn é médica especialista em reprodução...) mas, naquela altura do campeonato, nada afeta mais pessoas tão zen como elas. Ah, se o mundo fosse assim...

De legal, o filme tem a médica quarentona muito bonita (parecendo uma irmã mais velha da Teena Brandon de Meninos não choram) e a policial (que protege Finn dos ativistas) que você pediu a Deus que tomasse conta de você. Casal nota 10. A menina que faz a Zelly é ótima e garante as melhores cenas do filme. Apesar dos temas difíceis, o filme é leve e pode ser assitido com um pote de jujubas do lado.


FINN'S GIRL
Canadá (2007) - Drama - 88 min.
DIREÇÃO E PRODUÇÃO: Dominique Cardona e Laurie Colbert
ROTEIRO: Laurie Colbert
ELENCO: Brooke Johnson (Finn), Maya Ritter (Zelly),
Yanna McIntosh (Diana)


sábado, 22 de setembro de 2007

SENTIDOS EM CURTO (SHORTBUS)


SHORTBUS, de John Cameron Mitchell
21/09/07, Cinema PALÁCIO 2, Rio de Janeiro

Filme difícil de classificar, esse. Pode parecer uma merda, pode parecer um belo insight sobre o "aqui e o agora".
A história acompanha, com muito sexo, os dilemas amorosos de 7 personagens: Sofia, uma terapeuta sexual em crise com o marido, dois de seus pacientes (o casal gay James e Jamie), um voyer, uma dominatrix que tenta ajudar a terapeuta a resolver seu problema com orgasmos e Ceth, um jovem que vai compor um triângulo com James e Jamie.

O filme parece falar sobre um curto-circuito de sentidos, agora que vivemos em uma época em que as mais diversas experiências sexuais estão todas a nosso alcance, atiradas mesmo na nossa cara. Há um momento do filme em que os personagens, que experimentam pra valer seu erotismo, têm um apagão, não sabem mais o que sentem, não conseguem mais se situar uns em relação aos outros. E a cidade de N.Y., onde vivem, literalmente escurece.


Daí para o momento em tudo se acende novamente, não há razão. Nenhuma. Simplesmente, os personagens vão tateando até encontrar o interruptor e, então... click. Não sei se o diretor teve alguma intenção de dizer isso, mas ficou a sugestão de que perambulamos feito vaga-lumes, que nunca se iluminam ou se apagam por muito tempo.

A sessão foi cheia de vibração (no bom sentido...), lotada, com gente sentada pelas escadas da sala de cinema (inclusive eu!) e interagindo com o filme o tempo todo. No fim da exibição, aplausos para o filme de Mitchell. Apesar de falar da condição humana como algo tão sofrível (embora cheia de prazeres), o tom foi de ironia e o público entendeu, compartilhando suas risadas.

Confesso que fiquei como expectadora, não só do filme, como da sessão, observando as reações da galera e tentando entender onde Mitchell queria chegar com seus personagens sem rumo, cujo único elo pareceia ser o sexo. Não foi um daqueles filmes em que rola uma captura, uma espécie de rápida paixão por aqueles seres imaginários, que se tornam tão reais mesmo por tão pouco tempo. Acho que vou esquecer desse filme bem rápido...

SHORTBUS (EUA, 2006) - 101 MIN.
Direção e roteiro de Jon Cameron Mitchell
Com Sook-Yin, Peter Stickles, Paul Dawson, Lindsay Beamish, PJ Deboy e Raphael Barker. Música original de Yo La Tengo e Michael Hill. John Cameron Mitchell dirigiu também HEDWIG AND THE ANGRY INCH (2001)






segunda-feira, 17 de setembro de 2007

LISTA OFICIAL

A lista oficial de filmes do FESTIVAL DO RIO 2007 já está disponível no site. A mostra gay fica devendo este ano, por deixar de fora dois importantes filmes les da safra recente: o vencedor do Teddy Bear do Festival de Berlim, C-QING, e o filme de Jamie Babbit, ITTY BITTY TITTY COMITEE.

Pra compensar, tem 7 filmes que interessam diretamente à galera les, mais do que nas duas últimas edições do Festival. A seguir a agenda dos filmes:

- ABRIGO (Riparo):
SÁB 29/09 - Est Botafogo (24:00 hs)
DOM 30/09 - Est Barra Point (21:15 hs)
SEG 01/10 - Palácio 2 (14:oo hs)

- JIHAD DO AMOR (A jihad for love)
DOM 23/09 - C.C. Justiça Federal (18:30 hs)
SEG 24/09 - Palácio 2 (16:30 hs)
QUA 26/09 - Est Botafogo (24:00 hs)

- AS MULHERES DE FINN (Finn's girl)
TER 25/09 - Palácio 2 (19:00 hs)
QUA 26/09 - Est Barra Point 2 (21:15 hs)
QUI 27/09 - Esp Cinema 2 (23:45 hs)

- NINFÉIAS (Naissance des pieuvres)
SEG 01/10 - Est Barra Point 2 (14:30 hs)
TER 02/10 - Palácio 2 (16:30 hs e 21:30 hs)
QUA 03/10 - Esp cinema 1 (24:00 hs)

- OLHE PARA MIM, QUERIDO (Schau mir in die Augen, Kleiner)
SEG 01/10 - Est Botafogo 1 (24:00 hs)
QUA 03/10 - Cine Glória (memorial GV) (13:15 hs)
QUI 04/10 - Palácio 2 (16:30 hs e 21:30 hs)

- TICK TOCK LULLABY
QUI 27/09 - Est Botafogo (24:00 hs)
SEX 28/09 - Palácio 2 (16:30 hs e 21:30 hs)
SAB 29/09 -
Cine Glória (memorial GV) (14:00 hs)

- XXY
ter 25/09 - Est Barra Point (21:00 hs)
qua 26/09 - Palácio 2 (14:00 hs e 19:00 hs)
sex 28/09 - Est Botafogo 1 (24:00 hs)

As fichas completas dos filmes estão no post MOSTRA GAY DO FESTIVAL. Minha principal aposta vai para AS MULHERES DE FINN, pelo que andei lendo sobre o filme por aí...

Até breve, com os comentários das sessões.

Rolando na caixa: Neil Young, "Like a hurricane"
I´m just a dreamer, but you are just a dream...


MOSTRA GAY DO FESTIVAL

Este ano, o Festival do Rio 2007 traz uma boa leva de filmes com temática homossexual. Até agora foram listados os seguintes filmes (no site oficial do Festival):

- La Leon, de Santiago Otheguy (argentina)
- Férfiakt, de Károly Esztergályos (Hungria)
- Riparo, de Marco Simon Puccioni (Itália
- Schau Mir in die Augen, de André Schaefer (alemanha)
- XXY, de Lucía Puenzo (Argentina)
- Naissance des pieuvres, de Celine Sciamma (França)
- Dos patrias, Cuba Y la noche, de Christian Liffers (Alemanha)
- Avant que j'oublie, de Jacques Nolot (França)
- A jihad for love, de Parvez Shama (EUA)
- Love and other disasters, de Alek Keshishian (França)
- Tick Tock Lullaby, de Lisa Gornick (Reino Unido)
- White & Grey, a portrait of Sam Wagstaff and Robert Mapplethorpe, de James Crump (EUA)
- Finn's girl, de Dominique Cardona (Canadá)

O que eu fiquei sabendo sobre os filmes da galera les:

RIPARO
França/ Itália (2007) - Drama - 98 min.
DIREÇÃO: Marco S. Puccioni
ROTEIRO:
Marco S. Puccioni, Monica Rametta, Schdrun Schleef
ELENCO: Maria de Medeiros (Anna)
, Antonia Liskova (Mara), Mounir Ouadi (Anis)

SINOPSE: Quando Anna e Mara voltam de uma viagem de férias, descobrem que Anis, um jovem marroquino, está escondido em seu carro. O menino, tirando proveito do desejo de Anna de se tornar mãe, vai gradualmente se enroscando na vida das duas. Ana é uma trintona de classe alta, enquanto Mara trabalha em uma fábrica. Anis vive uma situação difícil, fugindo do departamento de imigração. As diferenças étnicas e sociais vão complicar as interações entre os três personagens.

SCHAU MIR IN DIE AUGEN, KLEINER
Alemanha (2007) - Documentário - 90 min.
DIREÇÃO: André Schäfer
ROTEIRO:André Schäfer, Marianne Schäfer, Ingmar Trost e Sebastian Lemke
SINOPSE: Documentário sobre a história do cinema gay e lésbico. Traz depoimentos de Gus Van Sant (garotos de programa), Guinevere Turner (O par perfeito), Stephen Frears (Minha adorável lavanderia), Derek Jarman (Eduardo II), John Waters, entre outros. O filme aborda somente a década de 70 em diante, com a premissa de que foi a partir daí que os gays passaram a ser representados de modo mais positivo nos filmes. Concentra-se basicamente na produção européia e americana, deixando de fora o cinema latino e asiático.

XXY
Argentina / França / Espanha (2007) - Drama - 86 minutos
DIREÇÃO: Lucía Puenzo
ROTEIRO: Sergio Bizzio e Lucia Puenzo (baseado no conto "Cinismo" de Sergio Bizzio)
ELENCO: Inés Efron (Alex), Martín Piroyannsky (Alvaro), Ricardo Darín (Kraken)
SINOPSE:
Alex (Ines Efron) é uma jovem hermafrodita de 15 anos, que é criada como uma menina pela família no distante vilarejo de Piriápolis (Argentina). Quando um médico vai visitá-los com o filho Álvaro, surge uma atração entre os jovens que lança Alex em um processo de descoberta de sua própria identidade. XXY ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Bagkok, de melhor direção no Festival Internacional de Edinburgh, além do Grande Prêmio da Semana da Crítica do Festival de Cannes. Lucía Puenzo, filha de um diretor de cinema argentino (Luis Puenzo), está preparando um novo filme, chamado “O menino Pez”, sobre uma jovem de família rica que se apaixona pela empregada.

NAISSANCE DES PIEUVRES
França (2007) - Drama - 87 min.
DIREÇÃO E ROTEIRO: Céline Sciamma
ELENCO: Pauline Acquart (Marie), Louise Blachère (Anne), Adele Haenel (Floriane), Warren Jacquin (François)
SINOPSE: No subúrbio parisiense de Cergy, nos anos 60, Marie, Anne e Floriane têm 15 anos, nada para fazer e passam o tempo frequëntando a piscina municipal. Na piscina rolam umas apresentações de nado sincronizado, alguma competição entre as personagens e, no meio da história, é claro, desabrocha a sexualidade das meninas. A diretora Céline Sciamma disse ter como suas principais influências Gus Van Santa (Elefante) e Larry Clark (Kids) e que escolheu fazer um filme sobre adolescência porque sempre sentiu falta da representação do ponto de vista homossexual nas telas de cinema, especialmente no que diz respeito a este período tão iportante para a formação da identidade de uma pessoa.

A JIHAD FOR LOVE
EUA / UK / França / Austrália (2007) - Documentário - 81 min.
DIREÇÃO: Parvez Sharma
SINOPSE: Este é o primeiro documentário a abordar a vida de gays, lésbicas e transgêneros em culturas mulçumanas, como as existentes no Irã, Egito e Turquia. Filmado em 12 países, mostra a barra-pesada de ser homossexual quando a prisão, a tortura e até a execução são oficialmente praticadas como forma de repressão a esta condição. Para as pessoas que vivem nestas regiões, as opções de fuga vêm se tornando bastante limitadas, especialmente após os atentados de 11 de setembro, como mostra a difícil condição de vida de refugiados que vivem em países ocidentais, constantemente vigiados e tratados como suspeitos.

TICK TOCK LULLABY
Inglaterra (2006) - Drama - 76 min.
DIREÇÃO E ROTEIRO: Lisa Gornick
ELENCO: Raquel Cassidy (Maya), Lisa Gornick (Sasha), Joanna Bending (Fiona), William Bowry (Todd), Jake Caruso (Lawrence)
SINOPSE: Duas lésicas, uma mulher solteira e um casal homossexual enfrentam o tic-tac do relógio biológico.
Sasha (Lisa Gornick) é uma cartunista que vive com sua namorada, Maya (Raquel Cassidy), a ansiedade da decisão de ter ou não um bebê. Para lidar com as dificuldades, Sasha cria duas personagens que investigam e refletem sobre os modos possíveis de realizar o intento. A ficção, entretanto, começa a interferir na vida real do casal. A diretora havia feito outro filme com temática les, Do I love you?, de 2002.

FINN'S GIRL
Canadá (2007) - Drama - 88 min.
DIREÇÃO E PRODUÇÃO: Dominique Cardona e Laurie Colbert
ROTEIRO: Laurie Colbert
ELENCO: Brooke Johnson (Finn), Maya Ritter (Zelly), Andrew Chalmers (Max), Gail Maurice
(Nancy), Yanna McIntosh (Diana), Chantel Cole (Eve), Gilles Lemaire (Xavier)
SINOPSE: Finn é uma médica que tem uma clínica de aborto em Toronto. Após a morte de sua parceira Nancy, ela tem de criar sozinha a rebelde Zelly, uma guria de 11 anos apreciadora de ervas, e que apronta muitas junto aos amigos Eve e Max. Finn têm de lidar ainda com os protestos agressivos de ativistas anti-aborto. Quando ela começa a sofrer ameaças de morte, os policiais Xavier e Diana são destacados para o caso e passam a vigiar a rotina de Finn - e, de quebra, de Zelly também.

Quando a organização do Festival apresentar a agenda completa de exibições, volto ao blog. E, claro, conto tudo que assistir nestas duas semanas. Até breve.