ALEMANHA / EUA / França / Holanda (2007)
Documentário - 90 minutos
Direção e roteiro: André Schäfer
DEPOIMENTOS: Guinevere Turner, John Waters, Gus Van Sant, Tilda Swinton e Stephen Frears, entre outros.
Documentário sobre a história do cinema gay e lésbico, com depoimentos de vários diretores e atores, que discutem a própria noção de “cinema gay” e o papel dos filmes que abordam esta temática na sociedade. O documentário concentra-se nos filmes produzidos a partir dos anos 70, com base na premissa de que somente desta década em diante os gays passaram a ser representados de modo mais positivo nos filmes. Gays em filmes dos anos 50 e 60 sempre morriam ou eram punidos de alguma forma terrível no final da história. Uma pena que o cinema latino também tenha ficado de fora, sem nenhuma explicação aparente, pois tratam-se de produções que não mereciam ser ignoradas.
Pelos depoimentos, percebe-se o quanto os artistas, com sempre, se sentem desconfortáveis com rótulos, rejeitando a idéia de que existe algum tipo de “queer cinema” ou “cinema gay”. As produções são diversas e todos querem ser reconhecidos pela qualidade de seu trabalho, o que é mais do que justo.
Stephen Frears deu um depoimento-chave no documentário. Disse que ter feito Minha adorável lavanderia, em 1986, nada teve a ver com ser ou não ser gay, mas apenas porque lhe pareceu um ótimo filme, pelo roteiro, pela idéia. Mas notou que o filme afetou muito positivamente as pessoas, quando os jovens vinham lhe agradecer por ter feito um filme em que os gays não pareciam loucos ou neuróticos.
Gus Van Sant, que revelou ter estado envolvido na primeira tentativa de filmar O segredo de Brokeback mountain, sugeriu que parte do sucesso do filme teve relação com o fato de ter um cast careta (atores e diretor), o que facilitou sua aceitação pelo público heterossexual, que assim pôde ir tranqüilo ao cinema ver um filme gay. Bem, parece que nem tudo se resume a talento, então...
Além das questões interessantes que o filme levanta, foi bem bacana rever trechos de filmes que se tornaram marcos na história do cinema... hummm... gay. A sessão no Palacio 2, para uma tarde de quinta, teve um público bem legal.
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