sexta-feira, 19 de outubro de 2007

PERFEIÇÃO

Desejos

Faróis

Encontros

Em cada gozo há um segredo

uma chave a demolir

trincos

torres

medos

neste beijar insistente

cadência

perfeito deleite

Por Zelig, julho de 2007.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Confissões e Táticas de Uma Tabagista Inveterada

Como vive alguém que fuma?!
Uma mulher! Como vive uma mulher que fuma???
Já TEM suas táticas de guerra.
E mesmo quando com isqueiro funcionando.
Mantenha uma caixa de fósforos, bem cheia...
Em cada local estratégico de seu Mundo.
De seus muitos mundos também, e em especial.
Uma Fumante inveterada admite que mesmo sendo
O prazer de fumar contigo, descansando em nuvens de algodão doce
Trocando idéias e alguns mais Imagéticos Inimagináveis.
(Risos)
E dizem que somos loucas.
Mesmo assim, minha doce criança
Prefiro, tu para sempre longe
Desse meu prazer inveterado, qual maldição e parte exótica
De minha confusa pessoa.
Desculpe, Jovem,
Já não somos as únicas
Que encontraram o Amor
Nós somos felizes!!!


Autoria Irresponsável de
Safo, A Poeta
em 19/07/2007 – 21:55

PS: Safo (A Poeta) e a autora do blog safonocinema não são a mesma a pessoa, embora ambas sejam dadas a autorias irresponsáveis.


sábado, 13 de outubro de 2007

PARADA DO ORGULHO GAY

A 12◦ PARADA DO ORGULHO GAY ocorre neste domingo na orla de Copacabana, tendo como bandeira principal a aprovação do projeto de lei que CRIMINALIZA A HOMOFOBIA. A concentração será no posto 6, às 13 hs e a caminhada vai até o posto 2.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

CINEMA GAY? (OLHE PARA MIM, QUERIDO )

OLHE PARA MIM, QUERIDO
ALEMANHA /
EUA / França / Holanda (2007)
Documentário - 90 minutos

Direção e roteiro: André Schäfer
DEPOIMENTOS: Guinevere Turner, John Waters, Gus Van Sant, Tilda Swinton e Stephen Frears, entre outros.

Documentário sobre a história do cinema gay e lésbico, com depoimentos de vários diretores e atores, que discutem a própria noção de “cinema gay” e o papel dos filmes que abordam esta temática na sociedade. O documentário concentra-se nos filmes produzidos a partir dos anos 70, com base na premissa de que somente desta década em diante os gays passaram a ser representados de modo mais positivo nos filmes. Gays em filmes dos anos 50 e 60 sempre morriam ou eram punidos de alguma forma terrível no final da história. Uma pena que o cinema latino também tenha ficado de fora, sem nenhuma explicação aparente, pois tratam-se de produções que não mereciam ser ignoradas.

Pelos depoimentos, percebe-se o quanto os artistas, com sempre, se sentem desconfortáveis com rótulos, rejeitando a idéia de que existe algum tipo de “queer cinema” ou “cinema gay”. As produções são diversas e todos querem ser reconhecidos pela qualidade de seu trabalho, o que é mais do que justo.

John Waters, divertidíssimo, foi o mais iconoclasta de todos os entrevistados, questionando até porque os gays querem se parecer tanto com os republicanos (casar, ter filhos, entrar para o exército...). “Ser gay não é o suficiente”, disse sobre os cineastas que investem em personagens homossexuais em seus filmes.

Stephen Frears deu um depoimento-chave no documentário. Disse que ter feito Minha adorável lavanderia, em 1986, nada teve a ver com ser ou não ser gay, mas apenas porque lhe pareceu um ótimo filme, pelo roteiro, pela idéia. Mas notou que o filme afetou muito positivamente as pessoas, quando os jovens vinham lhe agradecer por ter feito um filme em que os gays não pareciam loucos ou neuróticos.

Guinevere Turner, de O par perfeito e roteirista de alguns episódios de The L World, também lembrou o que tudo isso tem a ver com política, reconhecendo que os homossexuais ganharam alguma visibilidade na mídia nos dias de hoje, mas que isso está longe de significar que não há mais nada a fazer politicamente. Foi interessante esta observação, pois rola uma certa idéia de que, já que os gays estão “até” nas novelas, é porque eles estão no topo do mundo e o mundo já mudou tudo o que podia para aceitá-los. Guinevere também mandou uma alfinetada para os filmes lésbicos, dizendo que eles são indiscutivelmente inferiores aos filmes gays.

Gus Van Sant, que revelou ter estado envolvido na primeira tentativa de filmar O segredo de Brokeback mountain, sugeriu que parte do sucesso do filme teve relação com o fato de ter um cast careta (atores e diretor), o que facilitou sua aceitação pelo público heterossexual, que assim pôde ir tranqüilo ao cinema ver um filme gay. Bem, parece que nem tudo se resume a talento, então...

É apenas política, and I like it!


Além das questões interessantes que o filme levanta, foi bem bacana rever trechos de filmes que se tornaram marcos na história do cinema... hummm... gay. A sessão no Palacio 2, para uma tarde de quinta, teve um público bem legal.




SEDUÇÃO À FRANCESA (Ninféias)

NINFÉIAS
França (20070 - 85 minutos
Direção e roteiro: Céline Sciamma
Música original: Para One
Elenco: Pauline Acquart (Marie), Louise Blachère (Anne) Adele Haenel (Florianne)

Este filme francês narra as torturas do primeiro amor na adolescência, cheio de densidade e introspecção. Nos primeiros 20 minutos batalhei um pouquinho com minhas pestanas, mas a história engrena e você acaba capturado pela sofrida jornada de Marie, caída de encantos por Florianne, musa da equipe de nado sicronizado do clube. O filme se passa quase todo neste ambiente, tomadas na piscina, tomadas no vestiário, corpos constantemente à mostra, desejos em ebulição e quase nenhum adulto por perto.

A turma do nado sincronizado tem um simbolismo interessante no filme, já que a necessidade de se manter nos padrões parece bem forte para Floriane. Este filme tem um certo paralelo com Nunca fui santa, aquele em que a líder de torcida descobre que é lésbica. Porém em Ninféias a personagem não confronta as barreiras sociais e queima suas fichas tentando se manter sincronizada com as musas hetero do clube.

A atitude de Florianne ao longo de todo o filme é a da clássica ambigüidade sexual. Fica com o bonitão do clube, mas cultiva o quanto pode o amor de Marie, e a seduz sem nenhum pudor, oferecendo-lhe a primeira vez. Marie fica doidinha, totalmente in love e sofrendo até o fim com as oscilações da outra. Seu contraponto no filme é a amiga Anne, que dá certa graça à narrativa com seu desengonço e infantilidade, aliviando a tensão que o relacionamento de Marie e Floriane provoca. Além disso, Anne é heterossexual e, para ela, as coisas também não são muito fáceis, pois está apaixonada pelo menino que anda atrás de Florianne, mas que também corresponde um pouquinho a este interesse.

Floriane também lembra um pouco a Tamsin de Meu amor de verão, que usa a sensualidade para fazer um joguinho meio cruel com Mona. Em ambos os casos, acho que os filmes acabam mostrando que os relacionamentos homossexuais não estão livres deste tipo de relação de poder em que um dos pares domina completamente a cena, fazendo o outro de gato e sapato. De quebra confrontam o mito de que “só uma mulher pode entender a outra”. Ao vermos Mona e Marie mais perdidas do que cego em tiroteio com seus objetos de amor, nos deparamos com um “bem-vinda à raça humana”, a seus prazeres e mesquinharias.

Sweet dreams are made of this, who am I to disagree?

PS: A sessão do Festival, no Estação Barra Point, foi floridíssima...