PERFEIÇÃO
Faróis
Encontros
Em cada gozo há um segredo
uma chave a demolir
trincos
torres
medos
neste beijar insistente
cadência
perfeito deleite
Por Zelig, julho de 2007.
Uma conversa sobre filmes e mulheres
Confissões e Táticas de Uma Tabagista Inveterada
Como vive alguém que fuma?!
Uma mulher! Como vive uma mulher que fuma???
Já TEM suas táticas de guerra.
E mesmo quando com isqueiro funcionando.
Mantenha uma caixa de fósforos, bem cheia...
Em cada local estratégico de seu Mundo.
De seus muitos mundos também, e em especial.
Uma Fumante inveterada admite que mesmo sendo
O prazer de fumar contigo, descansando em nuvens de algodão doce
Trocando idéias e alguns mais Imagéticos Inimagináveis.
(Risos)
E dizem que somos loucas.
Mesmo assim, minha doce criança
Prefiro, tu para sempre longe
Desse meu prazer inveterado, qual maldição e parte exótica
De minha confusa pessoa.
Desculpe, Jovem,
Já não somos as únicas
Que encontraram o Amor
Nós somos felizes!!!
Autoria Irresponsável de
Safo, A Poeta
em 19/07/2007 – 21:55
PS: Safo (A Poeta) e a autora do blog safonocinema não são a mesma a pessoa, embora ambas sejam dadas a autorias irresponsáveis.
Documentário sobre a história do cinema gay e lésbico, com depoimentos de vários diretores e atores, que discutem a própria noção de “cinema gay” e o papel dos filmes que abordam esta temática na sociedade. O documentário concentra-se nos filmes produzidos a partir dos anos 70, com base na premissa de que somente desta década em diante os gays passaram a ser representados de modo mais positivo nos filmes. Gays em filmes dos anos 50 e 60 sempre morriam ou eram punidos de alguma forma terrível no final da história. Uma pena que o cinema latino também tenha ficado de fora, sem nenhuma explicação aparente, pois tratam-se de produções que não mereciam ser ignoradas.
Pelos depoimentos, percebe-se o quanto os artistas, com sempre, se sentem desconfortáveis com rótulos, rejeitando a idéia de que existe algum tipo de “queer cinema” ou “cinema gay”. As produções são diversas e todos querem ser reconhecidos pela qualidade de seu trabalho, o que é mais do que justo.
Stephen Frears deu um depoimento-chave no documentário. Disse que ter feito Minha adorável lavanderia, em 1986, nada teve a ver com ser ou não ser gay, mas apenas porque lhe pareceu um ótimo filme, pelo roteiro, pela idéia. Mas notou que o filme afetou muito positivamente as pessoas, quando os jovens vinham lhe agradecer por ter feito um filme em que os gays não pareciam loucos ou neuróticos.
Gus Van Sant, que revelou ter estado envolvido na primeira tentativa de filmar O segredo de Brokeback mountain, sugeriu que parte do sucesso do filme teve relação com o fato de ter um cast careta (atores e diretor), o que facilitou sua aceitação pelo público heterossexual, que assim pôde ir tranqüilo ao cinema ver um filme gay. Bem, parece que nem tudo se resume a talento, então...
A turma do nado sincronizado tem um simbolismo interessante no filme, já que a necessidade de se manter nos padrões parece bem forte para Floriane. Este filme tem um certo paralelo com Nunca fui santa, aquele em que a líder de torcida descobre que é lésbica. Porém em Ninféias a personagem não confronta as barreiras sociais e queima suas fichas tentando se manter sincronizada com as musas hetero do clube.
A atitude de Florianne ao longo de todo o filme é a da clássica ambigüidade sexual. Fica com o bonitão do clube, mas cultiva o quanto pode o amor de Marie, e a seduz sem nenhum pudor, oferecendo-lhe a primeira vez. Marie fica doidinha, totalmente in love e sofrendo até o fim com as oscilações da outra. Seu contraponto no filme é a amiga Anne, que dá certa graça à narrativa com seu desengonço e infantilidade, aliviando a tensão que o relacionamento de Marie e Floriane provoca. Além disso, Anne é heterossexual e, para ela, as coisas também não são muito fáceis, pois está apaixonada pelo menino que anda atrás de Florianne, mas que também corresponde um pouquinho a este interesse.
Floriane também lembra um pouco a Tamsin de Meu amor de verão, que usa a sensualidade para fazer um joguinho meio cruel com Mona. Em ambos os casos, acho que os filmes acabam mostrando que os relacionamentos homossexuais não estão livres deste tipo de relação de poder em que um dos pares domina completamente a cena, fazendo o outro de gato e sapato. De quebra confrontam o mito de que “só uma mulher pode entender a outra”. Ao vermos Mona e Marie mais perdidas do que cego em tiroteio com seus objetos de amor, nos deparamos com um “bem-vinda à raça humana”, a seus prazeres e mesquinharias.
Sweet dreams are made of this, who am I to disagree?
PS: A sessão do Festival, no Estação Barra Point, foi floridíssima...