quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

MULHER COM MULHER TAMBÉM DÁ LOBISOMEN
Jack & Diane (EUA, 110 min.)


Filme escrito e dirigido por Bradley Rust Gray, narra um caso amoroso vivido por duas jovens. O filme ainda não tem data de lançamento, mas já causa certo burburinho por conta da participação da estrela da hora em Hollywood, Ellen Page.

Ellen, que foi a Kitty Pride de X-Men 3 e fez a personagem principal daquele filme meio sinistro (mas adorado por muitos) Menina má.com, está com a bola toda em Juno, vivendo uma adolescente que engravida e decide doar a criança. O papel lhe rendeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor atriz.

Segundo a sinopse do IMDb, em Jack e Diane o par se encontra e se apaixona em N.Y., mas Diane (papel até agora de Ellen) tem um pequeno problema: seu desejo recé-desperto é capaz de transformá-la em um lobisomen, ou lobiswoman, ou sei lá como chamar. As cenas de transformação serão feitas em animação, por dois caras respeitados na área, Stephen e Thimoty Quay. A outra menina fica por conta de Olivia Thirlby, de Vôo United 93. Como Olivia fez o papel da melhor amiga da personagem de Ellen em Juno, sem querer querendo o filme da adolescente grávida acaba funcionando como uma prévia do filme da lésbica loba...

E como "Jack & Diane" ainda está em fase de produção, tudo pode acontecer...

FONTES:
N.Y. Entertainment:
http://nymag.com/daily/entertainment/2007/12/finally_ellen_page_will_become.html

IMDb:
http://www.imdb.com/title/tt08506



quarta-feira, 23 de janeiro de 2008


UMA INDICAÇÃO AO OSCAR


FREEHELD (EUA, 2007)

DIREÇÃO, PRODUÇÃO E FOTOGRAFIA: Cynthia Wade

ELENCO: Laurel Hester e Stacie Andree

PREMIAÇÕES: L. A. Outfest, Boston Independent Film Festival, Palm Springs International Short Film Festival (escolha da audiência), New York Lesbian and Gay Film Festival (melhor documentário), Sundance Film Festival, Seattle International Film Festival (prêmio especial do júri).

SINOPSE: Após ter sido diagnosticada com câncer, a detetive de New Jersey Lieutenant Laurel Hester vai à luta na justiça pelo direito de deixar pensão para sua companheira Stacie Andree.


O tema é bem ao gosto da Academia... Concorre com 3 outros curtas: La Corona, Salim Baba e Sari's Mother. Este último é sobre uma mãe iraquiana que luta para conseguir tratamento médico para seu filho de 10 anos que tem AIDS. É, vai ser dura a peleja em Hollywood este ano... Saiba mais e veja o trailer de Freehelder em http://www.freeheld.com



terça-feira, 22 de janeiro de 2008

UMA QUESTÃO DE CLASSE?

Aqui no Rio de Janeiro existe desde abril de 2006 o “vagão para mulheres” no metrô. De segunda à sexta, de 06:00 às 09:00hs e de 17:00 às 20:00 hs, um vagão de cada composição, devidamente pintado de rosa, fica reservado, por lei, às ninféias cariocas. Eu não tinha levado muito a sério o novo “serviço”, que causou muito bafafá por aqui. Mas desta vez que peguei o metrô, fui observar a dinâmica da coisa. Estação Uruguaiana, 18:00 hs de uma quarta-feira. O trem estava relativamente vazio no sentido Zona Sul, chiquérrima, da cidade. Entrei e vi vários bolinhas tranqüilamente sentados junto às luluzinhas. Antes que a porta se fechasse, escapuli para confirmar a informação inscrita do lado de fora do vagão: era mesmo o horário reservado, os meninos é que não estavam nem aí para o assunto. Fiquei olhando a composição seguir viagem, “vamos ver a próxima”, pensei. Na outra plataforma, o trem sentido Zona Norte acabara de chegar. Quase lotado, ostentava sua cápsula rósea, indisfarçável. Fiquei olhando e olhando aquela cena, procurando algo que a desafiasse. Nada. Enfim, um vagão – cheio – e que só tinha mulheres.

Quando chegou meu trem, acompanhei com ansiedade sua parada vagarosa. Entro no vagão das mulheres e lá estão os bolinhas tranqüilamente sentados, desta vez com várias luluzinhas de pé. O clima não me pareceu hostil, fora alguns olhares de reprovação partindo de certas meninas, especialmente depois da gravação “lembrar” aos possíveis distraídos a característica peculiar daquele espaço. Entretanto, a viagem assim prosseguiu, sem que nada perturbasse aquela ordem estranha. Saltei em Botafogo e caminhei em direção ao cinema, pensando que raios havia com o trem sentido Zona Norte... Questão de fiscalização, classe, cultura? Mas por que cargas d’água? Até o metrô é partido nesta cidade?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

TODAS AS MULHERES DO MUNDO (OU QUASE)

MULHERES, SEXO, VERDADES E MENTIRAS
Brasil (2007) - 78 min.
Direção: Euclydes Marinho
Roteiro: Euclydes Marinho e Rafael Dragaud

Elenco: Júlia Lemmertz, Fernando Eiras, Malu Galli, Fernando Alves Pinto, Cristina Andrade, Branca Messina, Priscila Rozenbaum


Filme bacana de Euclydes Marinho, que mistura drama e documentário, contrapondo uma história encenada por atrizes a depoimentos de pessoas comuns, borrando algumas vezes a fronteira entre eles.


No filme, Laura, a personagem de Julia Lemmertz, está entregue a uma paixão intensa com Mário, um homem que parece ser a realização dos sonhos das mulheres que prestam depoimentos no documentário que ela realiza sobre a sexualidade feminina. Este “filme dentro do filme” abre um jogo provocante com a platéia: depoimentos verídicos são misturados a interpretações de texto por atrizes não conhecidas.


Foi um prazer assistir ao filme e participar dos jogos propostos. Mas eu tive uma sensação de estranhamento como resultado. Em primeiro lugar, porque os depoimentos que me pareceram verídicos acabaram por interferir na outra parte do filme, que ficou parecendo uma novelinha desinteressante com textos que saíam forçados da boca das atrizes, que eram ótimas, por sinal. Teria sido uma boa novela, não fossem as pessoas de carne e osso a esfregar a realidade em nossas caras.


Outro incômodo foi a intenção indisfarçada do filme de alcançar a diversidade de pontos de vista. O diretor quis afirmar, muito claramente, que não há um só tipo de mulher. Tive a impressão de que os depoimentos foram cuidadosamente selecionados e dispostos para deixar evidente a contradição de desejos e de modos de ser. Neste ponto, é claro, não pude deixar de tentar me achar em alguma daquelas mulheres e foi inevitável a frustração de não me ver representada por nenhuma delas.


Boa parte dos depoimentos e histórias foram na direção daquela lista sem fim de reclamações sobre os homens, que todos já ouviram ou viveram e que parecem não mudar nunca (não consigo entender como as pessoas ainda acham isso engraçado). A outra parte apoiava-se em mulheres já libertas desta lenga-lenga (ainda bem, senão ia ser difícil de aturar o filme) mas que só enxergam prazer no sexo oposto. Bem, houve uma ou duas linhas sobre experiência com mulheres, que aparececeram como fantasias “confessadas” muito timidamente diante das câmeras, quase como uma excentricidade. É, o filme não foi feito pra um tipo de mulher como eu, paciência. Tentei enxergar algo de universal naqueles discursos todos, mas não deu. Sei que os cineastas não conseguem falar sobre tudo que o público espera. E quem espera fazendo parte de uma minoria, tem chances ainda maiores de ter as expectativas frustradas...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

PATTI SMITH EM SUNDANCE

"Patti Smith: Dream of Life", filme de estréia do fotógrafo Steven Sebring, compete no festival de Sundance de 2008. Steven fotografou Patti Smith para a revista Spin em 1995, e, fascinado por sua postura artística, convenceu-a a filmar o documentário, passando a acompanhá-la em algumas de suas turnês.

O filme estréia em Sundance em 20 de Janeiro e ainda não tem distribuição garantida. Para quem é fã da poeta, pintora e música pioneira da cena punk novaiorquina (e ficou com água na boca depois do show que ela fez no TIM Festival de 2006) é um manjar dos deuses. Torcemos para que o filme seja bem sucedido e dê o ar de sua graça por aqui, Let´s dream it!


Canção do dia: “Free Money”
Álbum: Horses


Entrevista com Steven Sebring em:
http://www.indiewire.com/people/2008/01/park_city_08_in_4.html