Festival de Cinema do Rio
Documentário de Steven Sebring, exibido no Festival do Rio, acerta em cheio ao deixar de lado o estilo tradicional que marca boa parte dos documentários musicais, que se limitam a mostrar a progressão de fatos marcantes da carreira dos artistas. Aqui vemos Patti Smith listando, logo nos primeiros minutos do filme, os episódios mais importantes de sua vida, enquanto desfilam na tela paisagens bonitas em P&B.
Foi uma boa tirada, que deixou o filme livre para retratar a força artística da poetisa do punk, sem se amarrar a seqüências históricas e, principalmente, sem os chatíssimos depoimentos de figuras importantes lambendo a estrela. O filme foi também bastante honesto em não abusar da adoração dos fãs e, por conta disso, nada de cenas de shows arrebatadores, com o público entrando em catarse...
Acompanhamos Patti Smith, ao longo dos 10 anos consumidos nas filmagens do documentário, visitando o túmulo dos poetas que tanto influenciaram sua música e recitando incansavelmente Rimbaud, Burroughs e Ginsberg nos palcos, ou em seu quarto, pequeno e sempre desarrumado pelos livros, fotografias e instrumentos espalhados. Podemos vê-la visitando os pais ou inflamando seus discursos contra Bush, ou, ainda, revelando que deseja tocar as telas quando visista museus (e que foi pega de primeira, tentando tocar em um Modigliani).
Melhor do que ser assombrada pela grandiosidade histórica de alguém que fez tanto pelo rock, é saber que esta adorável poetisa começou a escrever por uma necessidade "física" de ver as palavras escritas. Filmaço, lírico, espiritual e generoso o bastante para não fechar definições. Bem à altura de quem retrata.
Documentário de Steven Sebring, exibido no Festival do Rio, acerta em cheio ao deixar de lado o estilo tradicional que marca boa parte dos documentários musicais, que se limitam a mostrar a progressão de fatos marcantes da carreira dos artistas. Aqui vemos Patti Smith listando, logo nos primeiros minutos do filme, os episódios mais importantes de sua vida, enquanto desfilam na tela paisagens bonitas em P&B.
Foi uma boa tirada, que deixou o filme livre para retratar a força artística da poetisa do punk, sem se amarrar a seqüências históricas e, principalmente, sem os chatíssimos depoimentos de figuras importantes lambendo a estrela. O filme foi também bastante honesto em não abusar da adoração dos fãs e, por conta disso, nada de cenas de shows arrebatadores, com o público entrando em catarse...
Acompanhamos Patti Smith, ao longo dos 10 anos consumidos nas filmagens do documentário, visitando o túmulo dos poetas que tanto influenciaram sua música e recitando incansavelmente Rimbaud, Burroughs e Ginsberg nos palcos, ou em seu quarto, pequeno e sempre desarrumado pelos livros, fotografias e instrumentos espalhados. Podemos vê-la visitando os pais ou inflamando seus discursos contra Bush, ou, ainda, revelando que deseja tocar as telas quando visista museus (e que foi pega de primeira, tentando tocar em um Modigliani).
Melhor do que ser assombrada pela grandiosidade histórica de alguém que fez tanto pelo rock, é saber que esta adorável poetisa começou a escrever por uma necessidade "física" de ver as palavras escritas. Filmaço, lírico, espiritual e generoso o bastante para não fechar definições. Bem à altura de quem retrata.